segunda-feira, 30 de abril de 2012

Importante - a partir de hoje estaremos postando imagens na pg. imagens biblicas, principalmente sobre curiosidades de lições biblicas.

Imagem de Esculapio 
Santuário de Esculápio em Pergamo, este adorado como deus da cura e ressurreição, quando Cristo enviou a carta a igreja de Pergamo.

Complemento lição 05 - Carta a igreja de Pergamo


Pergamo – era uma cidade também  conhecida pelo magnífico templo do deus Esculápio a quem se atribuía a cura dos doentes e a ressurreição de mortos. Era um lugar de maior imoralidade (vs.14) do que qualquer outra cidade de então.
O significado de “casada” se deu pelo segundo e terceiro século, mediante o gnosticismo libertino e na época de Constantino, houve uma espécie de “casamento” entre a igreja e o estado.

Espada -  a espada de dois gumes no “original” refere-se a um tipo especial de espada; pesada e longa usada pelos romanos(porque não queriam somente ferir, queriam matar) é a mesma espada do vs.16 do primeiro capitulo. Na simbologia profética das escrituras, representa castigo ou guerra.

Conta a história universal que quando os magos com a sua arte negra fugiram de babilônia diante dos Persas que venceram a cidade adquiriu fama como guarda dos templos da Asia.
Trono de Satanás – fala-se do trono, isto é o lugar onde Satanás exerce autoridade como se fora rei. Aqui a possível referência à “trono de satanás” (conforme comentaristas) a colina que havia  por trás da cidade com 300 mts de altura na qual havia muitos templos e altares dedicados com “exclusividade” à idolatria.
Antipas – nada se sabe sobre este servo de Deus, somente o que se diz sobre o texto.
Doutrina de balaão – seu resumo (Nm. 22 – 25)
(ver o contraste entre a igreja de Esmirna e a de Pergamo).
O historiador Flávio Josefo diz que seguindo o conselho de balaão a lançar tropeços para o povo, Balaque fez uma festa adulterosa e atrativa em vista do acampamento de Israél. Assim o povo caiu em pecado resultando na maldição de Deus. Assim Balaque conseguiu fazer indiretamente o que desejava, Deus mandou uma praga que matou 24 mil israelitas (Nm.25).
Balaão ensinou Balaque (rei dos moabitas) a corromper o povo (israel) que não podia ser amaldiçoado (Nm.22:5 , Nm.23:8 , Nm.31:16) tentando-os a casarem com mulheres moabitas e promover “rebelião” e “prostituição”. (Jd.11; II Pe.2:15) – falsos ensinadores que entrariam no seio da igreja.
Hoje muitos  buscam versículos e textos isolados para se justificarem.
Balaão = malicia,, egoísmo, imoralidade (profeta de aluguel, mercadejava o dom de Deus)
Nicolaítas – seguidores modernos de Balaão. A palavra Nicolau (grego) corresponde a Balaão (hebraico) doutrina presente e sustentada pela igreja em Efeso Ap. 2: 6 a ss...
Aborrecia as “obras” (pratica) dos nicolaitas, aqui a “doutrina” (ensino) presente e sustentada na igreja.
Maná escondido – os gnósticos ofereciam “vantagens abertas”, mediante as suas  práticas imorais, seus prazeres e a satisfação da parte da carnal do homem. Cristo oferece-nos aquilo que está oculto a maioria dos homens: o maná escondido! Para a igreja de Pergamo o Senhor faz, ao vencedor, uma tríplice promessa: comer o maná escondido, e receber uma pedra branca e um novo nome.
Pedra branca – muitas opiniões sobre esta pedra:
- conferia-se a pedra branca a um homem  que sofrera processo e fora absolvido. Como prova, levava, então, consigo a pedra branca para provar que não cometera o crime que se lhe iputara. Assim a pedra alude a uma antiga prática judicial da época de João: quando o juiz condenava a alguém, dava-lhe uma pedrinha preta, com o termo da sentença nela escrito; e, quando lhe impronunciava alguém, dava-lhe uma pedrinha branca, com o termo da justificação nela inscrito. É evidente que  a aplicação em foco, e as que seguem, deve haver alusão a uma delas! A promessa deve referir-se a coisa que os cristãos de Pérgamo compreenderiam muito bem.



   Este estudo é parte do que foi aplicado na sala de aula – prof. Roberto

sexta-feira, 27 de abril de 2012

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Disse Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai senão por mim. Não existem atalhos, não existem intermediários, ou se crê para ser salvo ou não será salvo!

quarta-feira, 25 de abril de 2012


Comentário - Lição 05
Pérgamo a igreja casada com o mundo.

INTRODUÇÃO
             As cartas enviadas às igrejas da Ásia nos trazem grandes lições e ensinamentos, não apenas no aspecto histórico, mas, principalmente, espiritual. Estudando e meditando nestas cartas, somos motivados a imitar os bons exemplos daquelas igrejas, bem como evitar os mesmos erros que ocorreram nas mesmas. Nesta lição, além de estudarmos o contexto histórico e cultural da cidade de Pérgamo, veremos também a mensagem de Cristo à igreja que havia naquela cidade, tanto os aspectos positivos quando negativos, bem como a promessa de Cristo para os cristãos daquela localidade, que se aplicam a todos os vencedores.
I – IMPORTANTES INFORMAÇÕES SOBRE A CIDADE
1.1 Nome. O nome Pérgamo no grego significa “casado”. A cidade fora construída sobre uma colina cuja altura chegava a 300 metros acima da região que a circundava, sendo portanto uma fortaleza natural. Era uma cidade sofisticada, centro da cultura e da educação grega com uma biblioteca de aproximadamente 200 mil volumes.           
1.2 Geografia.Era uma cidade da província romana da Ásia, na parte ocidental do que hoje é a Turquia. Ela havia sido a antiga capital de Átalo, uma cidade-estado doada ao império romano, em 133 a.C., estava próxima do vale do rio Caico. Tinha considerável importância comercial, política e religiosa. As principais estradas da Ásia ocidental convergiam para aquela cidade. Lá, fabricava-se unguento, vasos e pergaminhos.
1.3 Religião.Pérgamo era a sede de um antigo culto de mágicas babilônicas. Também um importante centro de culto ao imperador, além de se tornar a sede de quatro dos maiores cultos pagãos, a saber: a Zeus, a Atena, a Dionísio e a Asclépio. Por tudo isso, Jesus declara que a igreja habitava onde estava “o trono de Satanás” (Ap 2.13). A palavra “trono” (no grego hodierno, “thronos”), é usado no Novo Testamento como sentido de “trono real” (Lc 1.32,52), ou com o sentido de “tribunal judicial” (cf. Mt 19.28 e Lc 22.30). Alguns estudiosos tentam imaginar literalmente qual seria esse trono, e afirmam que:
1.3.1Tratava-se da colina que havia por detrás da cidade, com trezentos metros de altura, na qual havia muitos templos e altares;
1.3.2Tratava-se de um gigantesco altar dedicado a Zeus, construído sobre uma imensa base que estava a duzentos e quarenta metros acima do nível do mar;
1.3.3Tratava-se de vários templos construídos com o propósito de oficializar o culto ao imperador.
            Certamente todos esses lugares trazem consigo uma simbologia muito forte no que diz respeito “ao trono de Satanás”, mas o significado dessa expressão certamente é espiritual, e a palavra trono de (Ap 2.13) aponta para o lugar onde Satanás exercia autoridade como se fosse um rei. Este sempre foi o desejo do Maligno, ter o seu próprio trono “E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deusexaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte”. (Is 14.13).
            Essa igreja aprendeu a adaptar-se ao mundo, desfrutando de seus confortos e participando de seus vícios. É bom, porém, lembrar que eles ganharam conforto, mas perderam em espiritualidade (Ap 2.14,15). Traçando um paralelo entre as igrejas da Ásia e a história do cristianismo, poderíamos correlacionar a de Pérgamo com a época da “conversão” do imperador Constantino, que publicou um edito de tolerância, o que pôs fim às perseguições contra a igreja, mas também diminuiu consideravelmente o fervor espiritual de muitos cristãos da época. Houve um casamento entre o santo e o profano, pois, ao mesmo tempo em que o cristianismo se tornou a religião oficial do Império, cultos a deuses pagãos também eram realizados.
II – OS PONTOS POSITIVOS DA IGREJA DE PÉRGAMO
            Como podemos perceber, o Senhor Jesus, inicialmente, elogiou o anjo daquela igreja: “...e reténs o meu nome, e não negaste a minha fé...” (Ap 2.;13). O Senhor ainda faz menção de um Antipas, de quem nada se sabe ao certo, exceto aquilo que se depreende do texto, uma fiel testemunha (Ap 2.13). A palavra grega para “testemunha” é “mártys”. Inicialmente, esta palavra fora usada para designar todos os que davam testemunho de Cristo (At 1.8), no entanto, com as perseguições romanas passou a ser usado para designar a pessoa que morria por não negar a sua fé em Cristo (Ap 2.13-b). “Antipas, o bispo de Pérgamo, foi colocado dentro de um boi feito de bronze, e a seguir foi aquecido ao rubro. Seu corpo foi literalmente, cozido, na chama abrasadora”  (SILVA, 2006. p. 22).
III – OS PONTOS NEGATIVOS DA IGREJA DE PÉRGAMO
            Depois dos elogios, o Senhor utilizou a expressão “Mas umas poucas coisas tenho contra ti”, expressão de reprovação, quanto à Pérgamo estava relacionada principalmente à doutrina de Balaão e à doutrina dos Nicolaítas. Vejamos em que consistiam seus ensinamentos:
3.1 Doutrina de Balaão. Essa doutrina tinha duas vertentes principais, a saber: a idolatria e a prostituição. As suas origens estavam no episódio ocorrido no A.T., quando os filhos de Israel estavam para invadir as campinas de Moabe, que tinha como rei, Balaque (Nm 22.1,2). Este, temendo sobremaneira o povo de Deus, contratou Balaão para amaldiçoar os israelitas (Nm 22.1-7). As intenções de Balaque eram:
·         Ferir o povo e expulsá-lo da terra (Nm 22.6);
·         Conquistar o favor de Balaão mediante pagamento (Nm 22.17);
·         Amaldiçoar o povo de Deus através de sacrifícios a deuses pagãos (Nm 22.41);
·         Insistir com Balaão até que ele o ensinasse a lançar tropeços ao povo (Nm 23.12,13,27);
            A princípio, Balaão não satisfez o intento de Balaque e falou o que o Senhor lhe mandara (Nm 2.13-18). Porém, ao ver o prêmio oferecido pelo iníquo rei, o caráter daquele homem não suportou e ele cedeu, ensinando Balaque a lançar tropeços diante do povo de Deus (Nm 31.16). Tais tropeços se manifestaram através do pecado de prostituição, e da idolatria, que causou grande prejuízo entre os israelitas (Nm 25.1-9).
            A doutrina de Balaão perpassou os séculos e chegou à época neotestamentária. Tal postura foi adotada pelos falsos mestres que, mercantilistas e avarentos, sem comprometimento algum com Deus e a sua Palavra, perturbavam a igreja primitiva. Eles foram duramente combatidos pelos apóstolos (II Pe 2.15; Jd 11), e pelo próprio Senhor Jesus             (Ap 2.14). Ainda hoje existem arautos de Balaão, cujo objetivo é totalmente financeiro e cujos ouvintes estão mergulhados na imoralidade e na idolatria (Rm 16.18; II Tm 3.1-4; II Pe 2.1-3). Mas a recompensa deles não dormita           (II Pe 2.4-21; Jd 12,13).

3.2 Adoutrina dos Nicolaítas. Não há certeza absoluta quanto à identidade desta seita. Porém alguns estudiosos tentam sugerir esta heresia a Nicolau, prosélito de Antioquia e que foi separado para o diaconato conforme (At 6.5). Afirmam eles que assim como os doze tiveram um apóstata, assim sucedeu com os sete diáconos, um deles apostatou. Essa argumentação também não possui respaldo bíblico.
            Como já vimos em outra lição, os nicolaítas também perturbavam a igreja de Éfeso (Ap 2.6). Interessante que em Éfeso Jesus falou dasobras dos nicolaítas (Ap 2.6), enquanto em Pérgamo o Senhor mencionou a sua doutrina             (Ap 2.15). Certamente um ensino perverso, corrupto e lascivo, influenciado pelo gnosticismo, que pregava a malignidade da matéria, chegando à conclusão de que o corpo deveria ser exposto a toda sorte de pecado.
3.3 Exortações.Apesar da perseverança e fidelidade do anjo daquela igreja (Ap 2.13), havia crentes que tinham caído no engodo das doutrinas de Balaão e dos nicolaítas, o que trouxe a idolatria e a imoralidade para o seio daquela igreja (Ap 2.15). Todavia, o Senhor lhes convida ao arrependimento (Ap 2.16). A forma mais eficaz de se combater tais heresias é fazendo uso da Palavra. Por isso, Jesus se apresentou ao anjo desta igreja como “aquele que tem a espada aguda de dois gumes” (Ap 2.12), que é uma referência à Palavra de Deus (Hb 4.12). Portanto, falsos ensinamentos se combatem com a sã doutrina (II Tm 4.2-4; Tt 1.10-16; 2.1; Ap 2.16).
CONCLUSÃO
            Era árdua a tarefa do anjo da igreja de Pérgamo, que habitava onde estava o trono de Satanás e onde circulavam duas terríveis heresias acima citadas. Ele, porém, precisava se esforçar para manter a fidelidade ante as pressões externas e combater firme e incansavelmente os falsos ensinos que estavam levando o povo à imoralidade e à idolatria. O quadro era difícil, mas quem vencesse comeria do maná escondido e receberia um novo nome “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer darei a comer do maná escondido, e dar-lhe-ei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe” (Ap 2.17).


terça-feira, 24 de abril de 2012

Próxima lição da EBD

No próximo domingo, estremos estudando a carta a igreja de Pergamo.
Atenção!!!
Já estamos utilizando as páginas - "eventos" e "dificuldades bíblicas"...confiram.
Lição 04 - Carta a igreja de Esmirna. - comentário


Esmirna significa "mirra" ou " amargura" ( o que fala de sofrimento), . Era uma cidade da província Romana e uma das cidades mais antigas do Mediterrâneo, foi reconstruída por Alexandre o grande e passando a ter grande desenvolvimento após ser conquistada pelos Romanos....esta era a situação quando a carta foi encaminhada a igreja. Atualmente é a cidade turca de Izmir, a terceira maior cidade de Turquia com uma população de 3 milhões de habitantes em 2009. É a maior colônia Judaica da Turquia. Considerada pelos muçulmanos "uma cidade infiél".
Policarpo - este e muitos crentes de Esmirna foram martirizados em 159 d.c como conta Euzébio de Cezaréia no capítulo XV do livro 4 de sua história eclesiástica, onde registra o mais antigo martírio chamado " o martírio de Policárpo". A história diz que  o procônsul romano Antonio Pil e autoridades civis tentaram persuadí-lo a abandonar a sua fé em sua avançada idade e alcançar a liberdade, mas Policarpo respondeu: eu tenho servido a Jesus por 86 anos e ele nunca me fez nada de mal, como posso blasfemar contra o meu rei que me salvou? eu sou crente......(wikipedia.org\policarpodeesmirna).
Pobreza - o Dr. Champrin observa que os crentes não eram pobres porque não queriam trabalhar ( o que seria a lógica para a pobreza), mas por causa da perseguição que sofriam. Propriedades e bens foram confiscado pelo governo de Roma e ainda sofriam também encarceramentos. ENTÃO ESTES IRMÃOS ERAM RICOS EM QUE?....nas riquezas espirituais: nas obras, na fé, na oração, no amor não fingido ( que que faltou a Efeso o 1º amor), na leitura da Palavra ( á maneira de seus dias) ver Mt.6:20; I Tm.6:17-19.
Prisão - esta era promovida pelos romanos com a ajuda dos judeus sob a alegação do os cristãos de Esmirna estarem "traindo" o imperador (lembram de Daniel?). Houve então um encarceramento em massa e o imperador ordenou o martírio de muitos daqueles. Em uma só catatumba de Roma, foram encontrados ossos de 174 mil cristãos calculadamente.
Tribulação de dez dias - tem referência "histórica" no primeiro caso e "profética" no segundo. A igreja sofreu dez perseguições distintas desde o reinado do imperador Nero até Diocleciano:
Sob Nero: 64-68 d.c. - este matou sua mãe e 03 esposas, em 54-68 d.c decaptou Paulo, crucificou Pedro, fazia cristãos tocha, amarrava os cristãos em mastros no jardim do seu palácio e queimava vivos em público.
Sob Domiciniano: 68-69 d.c 
Sob Trajano: 104-117 d.c
Sob Aurélio: 161-180 d.c
Sob Severo: 200-211 d.c
Sob Maximo: 235-237 d.c
Sob Décio:250-253 d.c
Sob Valeriano: 257-260 d.c
Sob Aureliano: 270-275 d.c
Sob Diocleciano: 303-312 d.c - este foi o maior opositor, assinou decreto para eliminar as escrituras da face da terra, muitas cidades faziam cerimonias públicas para incineração das primeiras bíblias.
As matanças eram sem dimensões, centenas foram levados a arena do anfiteatro em Roma para serem devorados por leões, o que era visto pela cidade todo, como platéia.
Alguns imperadores queimavam os cristãos em fogueiras, outros cobriam os cristãos com peles de animais e os lançavam aos "cães selvagens" que os devoravam até a morte!!!
                                                                                                            Este comentário é parte do que foi aplicado na aula.- Prof. Presbítero Roberto

quinta-feira, 19 de abril de 2012

NÃO PERCAM!!!!!Domingo às 08:30h o café da manhã com o pastor e após o café escola bíblica dominical....comparecam!!!!!!!!!!E TRAGAM AS CRIANÇAS.
    Lição 04 - Esmirna uma igreja Confessante e Mártir



LIÇÃO 4 – ESMIRNA, A IGREJA CONFESSANTE E MÁRTIR

A carta à igreja de Esmirna mostra-nos que a fidelidade a Deus envolve perseguições neste mundo.

INTRODUÇÃO

- Na continuidade das sete cartas de Cristo às igrejas da Ásia, estudaremos a segunda carta, encaminhada à igreja de Esmirna.

- Nesta carta, o Senhor Jesus mostra que a vida cristã é uma vida de perseguições neste mundo, mas que a perseverança é fundamental para a vitória.

I - O CENÁRIO DA CARTA À IGREJA DE ESMIRNA

- Prosseguindo o estudo das sete cartas que o Senhor Jesus mandou enviar às igrejas da província romana da Ásia, que constitui a parte substancial do estudo proposto pela CPAD para este trimestre no livro do Apocalipse, estudaremos a segunda carta, a carta encaminhada ao anjo da igreja e, por conseguinte, à igreja de Esmirna.



- Esmirna, palavra cujo significado é “mirra” ou “amargura” (o que nos fala de sofrimento), era cidade da província romana da Ásia, hoje a parte ocidental da Turquia. É uma cidades mais antigas do Mediterrâneo, tendo sido construída por volta do terceiro milênio antes de Cristo, compartilhando com Troia a hegemonia da região. Conquistada pelos lídios por volta do ano 600 a.C., perdeu sua importância até o tempo de Alexandre, o Grande, quando foi reconstruída, passando a ter grande desenvolvimento após ser conquistada pelos romanos no século I a.C., sendo esta a sua situação quando do encaminhamento da carta do Senhor à igreja ali situada. Atualmente, é a cidade turca de Izmir, a terceira maior cidade da Turquia, com uma população de mais de 3 milhões de habitantes em 2009, sendo considerada a cidade mais cosmopolita da Turquia, pois tem grande população de gregos e armênios, como também a segunda maior colônia judaica da Turquia. É chamada “pérola do Egeu” e considerada a cidade turca mais ocidentalizada, razão pela qual é considerada pelos muçulmanos como “uma cidade infiel”. É a terra natal do poeta grego Homero.

- A tradição, fundada em documentos, considera que o “anjo da igreja”, ou seja, o pastor da referida igreja era Policarpo(69-159), um dos discípulos pessoais do apóstolo João, cujo nome significa “muito frutífero”, demonstrando que a igreja em questão, a começar do seu pastor, era formada por servos exemplares, pois o servo de Deus exemplar é aquele que produz muito fruto e fruto permanente (Mt.13: 23; Jo.15:16).

- Policarpo, assim como muitos crentes de Esmirna, foram martirizados em 159, consoante nos dá conta Eusébio de Cesareia no capítulo XV do livro 4 de sua História Eclesiástica, onde cita documento antigo que registra tal martírio, chamado “Martírio de Policarpo”, o mais antigo registro de um martírio cristão. Policarpo é um dos “pais da Igreja” e chegou até nós uma epístola que endereçou aos filipenses.

OBS: “…Diz a história que o procônsul romano, Antonino Pio, e as autoridades civis tentaram persuadi-lo a abandonar sua fé em sua avançada idade, a fim de alcançar sua liberdade. Ele entretanto, respondeu com autoridade: “Eu tenho servido Cristo por 86 anos e ele nunca me fez nada de mal. Como posso blasfemar contra meu Rei que me salvou? Eu sou um crente”!…” (Policarpo de Esmirna. In: WIKIPÉDIA. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Policarpo_de_Esmirna Acesso em 12 mar. 2012).

- Para a igreja de Esmirna, o Senhor Jesus Se identifica como sendo “o primeiro e o último, que foi morto, e reviveu”(Ap.2:8). Que quis o Senhor Jesus expressar com esta expressão aos esmirnitas?

- “…Cristo é o primeiro quanto ao tempo e à importância. Ele é a fonte originária de toda e qualquer vida, seu princípio mesmo. O fato é de que Cristo é o ‘princípio’ equivale à declaração de que Ele é o ‘Alfa’. E o fato de ser o ‘Último’ equivale a ser o ‘Ômega’. Ele é o Princípio e o Fim, O Primeiro e O Último, o ‘a’ e o ‘z’, nós nos encontramos no meio. Mas Cristo continua a existir! Na qualidade de ser Ele o ‘último’ pode-se dizer o seguinte sobre Cristo: (a) Ele é a razão mesma da existência; (b) Ele é o princípio da vida após a morte; (c) Ele é o alvo de toda a existência, o Ômega.…” (SILVA, Severino Pedro da. Apocalipse versículo por versículo. 3. ed., p.35).“…O Senhor Se apresenta como o primeiro e o último. O Pai da Eternidade (Is.9:6; Sl.90:2), sendo Ele o Deus Eterno, que, humanizado, foi perseguido até a morte…” (OLIVEIRA, José Serafim de. Desvendando o Apocalipse: o livro da revelação, p.16).

- Como podemos notar, pois, o Senhor Jesus Se identifica como o “primeiro e o último” para dar àquela Igreja a certeza de que Ele é Deus, de que Ele é eterno e que, portanto, vale a pena sofrer todas as agruras neste mundo passageiro pelo nome de Cristo. Não há, mesmo, como suportar as perseguições e as aflições do tempo presente se não tivermos a dimensão da eternidade, se não lembrarmos que fomos chamados para viver para sempre com o Senhor e que tudo o que aqui passamos, nesta vida, é passageiro e fugaz.

- Quando Jesus Se identifica como “primeiro e último”, está a nos dizer que Ele é Deus, Ele é a razão mesma da existência, Ele é o “Auto-Existente”, ou seja, “Aquele que é o que é”, precisamente a forma como a Divindade Se identificou para Moisés (Ex.3:14), oportunidade em que se revelou a Israel o que é a divindade, a saber, o senhorio sobre as todas as coisas criadas, o único Criador, Aquele que tem todo o poder.

OBS: Por isso, aliás, razão alguma têm as Testemunhas de Jeová ao quererem negar a Cristo a divindade, pois Ele mesmo Se proclama como “Auto-Existente”, como YHWH (Yahweh, Javé ou Jeová), uma das Pessoas Divinas do “Deus Jeová triúno”, como nos declama o poeta sacro Reginald Heber(1723-1826) no hino 9 do Cantor Cristão.

- Sem termos a convicção de que Jesus é Deus, não poderemos dar nossas vidas por Ele. Sem ter a convicção de que Jesus é o Verbo que sempre existiu (Jo.1:1), jamais poderíamos adorá-l’O e, nesta adoração, inclusive enfrentar a morte. É esta convicção que falta àqueles que, diante das dificuldades desta vida, retrocedem na jornada da fé e acabam por morrer espiritualmente (Mt.13:20,21).

- Tal convicção exige de cada um de nós o aprofundamento na Palavra de Deus e na vida espiritual, pois só assim teremos raízes capazes de nos impedir o fracasso espiritual. Não é por outro motivo que o inimigo de nossas almas tem buscado, de todas as maneiras, que os que cristãos se dizem ser sejam levados, na atualidade, a ter uma vida espiritual superficial e frívola. Temos cuidado para nos arraigarmos na fé em Cristo Jesus, tendo plena consciência de Sua Divindade?

- Mas o Senhor Jesus também Se identifica como tendo sido Aquele “que foi morto e reviveu”. É indispensável que tenhamos consciência da Divindade de Cristo, mas também precisamos, para bem vencermos as aflições do mundo em nossa peregrinação terrena, ter consciência de que “o Verbo Se fez carne e habitou entre nós” (Jo.1:14 “in initio”), ou seja, estarmos convictos de que Jesus, que é Deus, fez-Se homeme, como homem, permanece até a presente data.

- Ao dizer que “foi morto e reviveu”, o Senhor Jesus está dizendo à igreja de Esmirna que Ele próprio sofreu, como homem, todas as dificuldades, todos os problemas, todas as perseguições e todas as tentações que nós agora estamos a padecer em nossa passagem pela Terra. Ele também viveu entre nós, por trinta e três anos, tendo padecido todas as coisas, mas vencido o pecado e o mal.

- Esta consciência devemos ter porque Jesus, apesar de ser Deus, nos entende em tudo o que passamos, porque Ele também passou pelas vicissitudes da peregrinação terra. Como disse o escritor aos hebreus, “e visto como os filhos participam da carne e do sangue, também Ele participou das mesmas coisas, para que, pela morte, aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão, porque, na verdade, Ele não tomou os anjos, mas tomou a descendência e Abraão. Pelo que convinha que, em tudo, fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo. Porque naquilo que Ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados.” (Hb.2:14-18).

- O próprio Senhor Jesus disse que a Sua perseguição até a morte é um exemplo para nós, Seus servos. “Se o mundo vos aborrece, sabei que, primeiro do que a vós, Me aborreceu a Mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas, porque não sois do mundo, antes Eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos aborrece. Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu senhor. Se a Mim Me perseguiram, também vós perseguirão a vós; se guardaram a Minha palavra, também guardarão a vossa. Mas isto tudo vos farão por causa do Meu nome; porque não conhecem Aquele que Me enviou.” (Jo.15:18-21). “…Sendo Ele o Deus Eterno, que humanizado, foi perseguido até a morte. O que esteve morto e tornou a viver. Isto quer dizer que Ele teve vitória completa sobre todo tipo de perseguição; até mesmo sobre a própria morte…” (OLIVEIRA, José Serafim de. op.cit., p.16).

- Assim, tão importante quanto a Divindade de Cristo, é termos consciência de Sua humanidade, pois é esta vida repleta de tentações, provações e perseguições que nos dá o exemplo para que sigamos as pisadas de Jesus neste mundo (I Pe.2:21), igualmente suportando as afrontas para, também, desfrutarmos do gozo que estava proposto ao Senhor Jesus e que, também, está prometido para nós (Hb.12:2,3). Quando olhamos para o Senhor Jesus, para a Sua peregrinação terrena, ganhamos força e estímulo para, também, vencermos o mundo. Por isso, o Senhor Jesus diz que venceu o mundo, pois a Sua vitória, como homem, é um “fortificante” para nossas vidas espirituais (Jo.16:33).

- Para uma igreja caracterizada pelo sofrimento, pela perseguição, pela constante luta contra os inimigos de Deus, o Senhor Jesus tinha de Se revelar, de Se identificar tanto como Deus, tanto como Homem. Não é à toa que, ao longo da história da Igreja, não tenham sido poucos os falsos mestres que tenham posto em dúvida seja a Divindade, seja a Humanidade de Cristo Jesus, pois a exata compreensão da dupla natureza do Senhor tem um papel fundamental para que o cristão suporte as afrontas e as aflições e permaneça fiel até a morte.

- A lembrança da humanidade de Cristo vem por meio de dois episódios fundamentais no ministério terreno de Jesus: a Sua morte e a Sua ressurreição. Quando lembramos que Cristo morreu, lembramos, por conseguinte, que Ele Se fez homem e que Se ofereceu por nós. Deus não morre, mas o homem é mortal e, por isso, ao morrer, Jesus denuncia toda a Sua humanidade.

- Mas, além da morte, a humanidade de Cristo revela-se, também, em Sua ressurreição. Quem ressuscitou foi o homem, pois só o homem morreu, mas esta ressurreição é, também, a garantia que temos da parte de Deus da vitória de Cristo sobre a morte e da aceitação do Seu sacrifício vicário. Porque Cristo ressuscitou, a nossa fé e a nossa pregação não são vãs (I Co.15:14,17) e podemos ter a certeza de nossa salvação e da vida eterna.

- Por isso, o Senhor instituiu a ceia a fim de que sempre rememoremos que Ele morreu mas ressuscitou e, por isso, temos livre acesso ao Pai, desfrutamos da comunhão com Ele, que nada mais é que a vida eterna e, portanto, nada nos pode separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus (Rm.8:33-39).

- Nos dias difíceis em que estamos a viver, torna-se imperioso, indispensável que cada salvo em Cristo Jesus tenha a noção exata do que representa a morte e ressurreição de Cristo. Esta é a garantia de nossa fé, de nossa vitória sobre o pecado e o maligno. Porque Cristo ressuscitou, sabemos que a Verdade é Jesus; porque Cristo ressuscitou, temos certeza de que podemos viver em santidade e perseverar até o fim. Porque Cristo ressuscitou, sabemos que o mal e o pecado não podem dominar as nossas vidas. Que bom seria se todo crente tivesse esta convicção!

II – O EXAME DAS QUALIDADES DA IGREJA DE ESMIRNA PELO SENHOR JESUS

- Após esta apresentação em que o Senhor rememora Sua dupla natureza aos esmirnitas, vem a afirmação que reforça esta soberania do Senhor sobre a Igreja: “Eu sei as tuas obras”, que se repete em todas as sete cartas.

- No entanto, Esmirna tem um relatório extremamente positivo. Juntamente com Filadélfia, faz parte do grupo de duas igrejas onde o Senhor Jesus não aponta qualquer defeito, apenas qualidades.Como o Senhor Jesus é imparcial, isto nos mostra que se trata de uma igreja irrepreensível, ou seja, que não tem o que ser censurado, o que ser repreendido.

- Isto não significa que a igreja de Esmirna fosse perfeita. Nós, crentes, somente atingiremos a perfeição no dia de nossa glorificação, quando nos encontrarmos com o Senhor nos ares, quando, então, adquiriremos a estatura de varão perfeito, a estatura completa de Cristo (Ef.4:13).

- Entretanto, embora não seja possível que atinjamos a perfeição agora, é requerido de nós que sejamos irrepreensíveis, ou seja, que não sejam achados em falta diante do Senhor, que não sejamos objeto de censura por parte de Deus. Foi isto, aliás, que o Senhor exigiu de Abrão (Gn.17:1), precisamente quando lhe mudou o nome para Abraão. Aqui a palavra utilizada no hebraico é “tamyim” (תמי), cujo significado, segundo o Dicionário VINE, é mais amplo, “…serve para descrever atividades humanas externas e estados de ânimo internos que Deus não condena…” (edição em espanhol da Ed. Caribe, disponível em www.semeadoresdapalavra.net, p.272) e que, por isso, é traduzida na Nova Versão Internacional e na Bíblia de Jerusalém por “íntegro”, ou seja, alguém que está servindo inteiramente ao Senhor. É precisamente isto que ocorria tanto em Esmirna quanto em Filadélfia.

- A primeira característica que o Senhor Jesus aponta para a igreja de Esmirna é a tribulação(Ap.2:9). Esmirna realizava as suas obras em meio à tribulação. Esmirna é a prova viva de que, ao contrário do que ensinam os falsos mestres da teologia da confissão positiva ou da teologia da prosperidade, o sofrimento nada tem que ver com pecado. A igreja de Esmirna servia inteiramente ao Senhor e, nem por causa disso, estava livre da tribulação. Como ensinava já o apóstolo Paulo às igrejas que fundara em sua primeira viagem missionária: “…por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus” (At.14:22).

- A tribulação é uma constante na vida da Igreja, máxime quando ela é fiel ao Senhor, visto que a fidelidade a Deus importa em desconsideração dos valores mundanos e pecaminosos. Quando nos tornamos amigos de Deus, “ipso facto”, nos tornamos “inimigos do mundo’ (Tg.4:4). “…No grego clássico, tribulação é ‘thlipsis’, significa ‘pressão’, ‘opressão’, derivado de ‘thlibo’, que tem o sentido geral de ‘pressionar’, ‘afligir’ etc. Nas páginas do Novo Testamento, em sentido comum, (…) tem o sentido de ‘perseguição’ deflagrada por aqueles que são aqui, na Terra, inimigos do povo de Deus…” (SILVA, Severino Pedro da. op.cit., p.35).

- A igreja de Esmirna confessava a Cristo, ou seja, não negava que pertencia ao Senhor Jesus, não deixava de seguir as Suas pisadas e, por causa disso, vivia em tribulação, era objeto da fúria e da oposição do adversário de nossas almas. Temos vivido em oposição ao pecado e ao mundo assim como a igreja de Esmirna?

- Outra característica que o Senhor Jesus aponta na igreja de Esmirna é a sua pobreza(Ap.2:9). A igreja de Esmirna era uma igreja pobre, mas isto tem de ser entendido no sentido material, pois o próprio Jesus diz que, apesar da pobreza, a igreja de Esmirna era rica. A igreja de Esmirna não tinha posses materiais, até porque seus bens foram confiscados pelos perseguidores, sendo certo, ainda, que, com a prisão de muitos crentes, normalmente os pais de família, era natural que as famílias padecessem carências materiais para sua sobrevivência.

- A pobreza material dos cristãos não é, portanto, ao contrário do que ensinam os falsos mestres da teologia da prosperidade, qualquer demonstração de desvio ou fraqueza espirituais. Pelo contrário, a igreja de Esmirna, que não recebe qualquer reprimenda do Senhor Jesus, foi apresentada como uma igreja materialmente pobre, apesar e por causa de sua fidelidade ao Senhor.

- Ao longo da história da Igreja, são comuníssimos os casos em que se verifica a presença de uma igreja fiel ao Senhor mas que era materialmente pobre, sem qualquer influência política ou econômica na sociedade onde vivia, o que, não raras vezes, fez com que tais movimentos fossem “ignorados” pela história. Por isso até, muitas vezes, se tem uma falsa ideia a respeito do que era o “Cristianismo” numa determinada época ou de que houve intervalos temporais em que “tudo estava perdido”, em que “houve total apostasia”, impressão esta que não deve, em absoluto, ser tida como verdade, pois, sempre, durante todo o tempo, o Senhor teve aqueles “sete mil que não dobraram seus joelhos para Baal”, anônimos, ignorados, precisamente por serem “pobres”.

- Mas além desta pobreza material, o texto permite-nos também entender que se está diante da “pobreza de espírito” de que fala o Senhor Jesus no sermão do monte, ou seja, na consciência da dependência em relação a Deus, da condição de servo. É interessante notar que, segundo o relato do martírio de Policarpo, o “anjo da igreja de Esmirna”, é dito que foi oferecido ao velho e quase centenário pastor a oportunidade de negar a Cristo para se livrar da morte, tendo ele respondido ao procônsul romano que lhe fez tal proposta o seguinte:“Eu tenho servido Cristo por 86 anos e ele nunca me fez nada de mal. Como posso blasfemar contra meu Rei que me salvou? Eu sou um crente!” Estas palavras revelam que Policarpo tinha plena consciência de que Jesus era o Senhor e Rei de sua vida e que ele tudo devia ao Senhor, ou seja, o velho bispo de Esmirna sabia que “era pobre e necessitado, mas que o Senhor dele cuidava” (Sl.40:17a).

- Em contraste com esta pobreza material, o Senhor Jesus atesta que a igreja de Esmirna era rica, ou seja, tinha as riquezas espirituais, o que nos faz lembrar o que o apóstolo Paulo dissera a respeito da igreja de Corinto, que fora descrita como enriquecida em Cristo, “em toda a palavra e em todo o conhecimento (como foi mesmo o testemunho de Cristo confirmado entre vós) de maneira que nenhum dom vos falta, esperando a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo” (I Co.1:5-7).

- Pelas palavras do apóstolo Paulo aos coríntios, palavras inspiradas pelo Espírito Santo, podemos entender que a riqueza da igreja de Esmirna era, também, o fato de ser uma igreja que havia se enriquecido em Jesus Cristo, que prezava pela Palavra de Deus, pelo conhecimento do Senhor, ou seja, por uma busca de intimidade crescente com Cristo Jesus, inclusive pela aquisição das bênçãos espirituais, com destaque para o batismo com o Espírito Santo e os dons espirituais.

- Além disto, a riqueza espiritual da igreja de Esmirna estava na exata compreensão da eternidade de Cristo e, assim, do caráter passageiro da nossa peregrinação terrena, de forma a que era uma igreja levada, a exemplo dos coríntios, a dar o importante realce e relevância, em sua vida espiritual, da esperança da manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo, ou seja, era uma igreja que não desprezava mas dava o devido valor ao aguardo da volta de Cristo.

- Para não sermos repreendidos pelo Senhor, precisamos ter esta mesma característica da igreja de Esmirna. É imprescindível que alcancemos as riquezas espirituais. Precisamos ter a “pobreza de espírito”, ou seja, manifestarmos em nossa vida que somos dependentes do Senhor, obedientes à Sua vontade, como também sermos espiritualmente ricos, passando a tomar posse das bênçãos espirituais que já nos foram dadas pelo Senhor Jesus (Ef.1:3).

- Temos aqui uma situação diametralmente oposta a que veremos quando do estudo da sétima carta, endereçada à igreja de Laodiceia. Lá há uma igreja que se diz rica, mas que é pobre (Ap.3:17); aqui, em Esmirna, temos uma igreja que é tida como pobre, mas que é rica. A igreja de Esmirna não recebeu qualquer repreensão do Senhor, enquanto que a igreja de Laodiceia, nenhum elogio. A que igreja nós pertencemos?

- Outra característica apontada pelo Senhor Jesus para a igreja de Esmirna é “a blasfêmia dos que se dizem judeus, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás”(Ap.2:9). A igreja de Esmirna sofria a oposição de um grupo chamado de “sinagoga de Satanás”.

- Parece-nos que o Senhor Jesus vê, na igreja de Esmirna, uma certa perplexidade dos crentes com relação a algumas pessoas religiosas, extremamente devotas, em especial os judeus que ali habitavam. Não compreendiam os esmirnitas porque tais pessoas resistiam tanto ao Evangelho e o Senhor Jesus os ensina que tais pessoas, apesar de serem religiosas, eram, na verdade, blasfemas, ou seja, ofendiam diretamente a Deus com seu comportamento e, por isso, se opunham aos servos de Cristo. Na verdade, a suposta piedade que aparentavam ser era ilusória: não eram “judeus”, mas, sim, eram a “sinagoga de Satanás”!

- Temos aqui mais uma demonstração da fidelidade da igreja de Esmirna. Esta expressão “sinagoga de Satanás” só aparece duas vezes nas Escrituras, as duas no livro do Apocalipse e, precisamente, nas duas cartas a igrejas que não são repreendidas pelo Senhor, ou seja, nas cartas a Esmirna e a Filadélfia. Assim, a primeira coisa que percebemos é quesó há “sinagoga de Satanás” nas igrejas que são plenamente fiéis ao Senhor.

- Mas, o que é a “sinagoga de Satanás”? Diz o pastor José Serafim de Oliveira que são “…os religiosos que queriam introduzir na igreja conceitos da religião humana. Na época, os judaizantes desejavam arrastar os crentes aos padrões da antiga lei judaica que o Senhor já havia encravado na cruz (Cl.2:13,14)…” (op.cit., p.17). Vimos que, mesmo quase dois mil anos depois, os judeus ainda têm em Esmirna uma grande colônia.

- Mas aqui a “sinagoga de Satanás” não representa os judeus que se opunham aos cristãos em Esmirna, mas, pelo contrário, os que se diziam “judeus”, isto é, pessoas que afirmavam ser religiosas, adeptas do judaísmo, mas que, na verdade, eram apenas a “sinagoga de Satanás”. Temos aqui um grupo introduzido no meio dos crentes de Esmirna, mas que, diante da sinceridade daquela igreja, não conseguiam ficar unidos aos crentes autênticos e que se opunham à vida espiritual íntegra daqueles cristãos.

- A “sinagoga de Satanás” é o grupo dos religiosos que se opõem ao Evangelho de Cristo Jesus, assim como os fariseus e saduceus se opuseram a Jesus em Seu ministério terreno. Os religiosos sempre são adversários da igreja porque eles apresentam um conceito completamente oposto ao Evangelho de Jesus Cristo. Enquanto a religião é uma fórmula humana para se religar o homem a Deus, o Evangelho é uma fórmula divina para se religar Deus ao homem, algo que somente pode ser feito por intermédio da fé em Cristo Jesus, Deus que Se fez homem e morreu por nós para nos salvar.

- A “sinagoga de Satanás”, portanto, nada mais é que um grupo de religiosos que buscam, de todas as formas, impor ao Evangelho conceitos humanos, completamente alheios à Palavra de Deus. A verdadeira e genuína igreja é hostilizada pelos “religiosos”, pois representa a própria negação dos conceitos defendidos pelas religiões humanas.

- Ao longo da história da Igreja, não foram poucos os cristãos que foram, e são, perseguidos por “religiosos”. Nos dias hodiernos, podemos ver, claramente, que um dos principais focos da perseguição contra os cristãos provém de lideranças e movimentos religiosos, com destaque para o islamismo, a religião que mais tem crescido nos últimos tempos no planeta. A religiosidade pagã durante o tempo do Império Romano; a “religiosidade romanista” na Idade Média e a “religiosidade ateísta marxista-leninista” no século XX foram outros grandes nomes perseguidores da Igreja.

- Watchman Nee, em seu livro A ortodoxia na Igreja, identifica na “sinagoga de Satanás” quatro conceitos que contrariam o Evangelho de Cristo Jesus, caracterizando esta religiosidade que se opõe à Igreja, a saber: a adoração externa, a vida por regulamentos externos, a distância entre Deus e adoradores e a busca de bênçãos nesta Terra.

- Os “falsos judeus” buscam sempre “um templo para adorar a Deus”. Uma das características da religiosidade humana é a procura de “um lugar para adoração”. A adoração faz-se num determinado local, depende de circunstâncias externas para se realizar. Entretanto, o Evangelho diz que a adoração se dá em espírito e em verdade (Jo.4:23,24), onde cada crente é “templo do Espírito Santo” (I Co.6:19). A adoração é interior e acompanha a cada um de nós, estejamos, ou não, num lugar designado para nos reunirmos em nome do Senhor.

OBS: Sabemos que daí Watchman Nee faz a defesa de sua tese da “igreja local”, que é herética, mas não é por isso que iremos desconsiderar esta sua análise que é exata, ou seja, de que a adoração é interior, ainda que isto não signifique que não se deva ter locais para a adoração coletiva.

- Não falta, em nossos dias, quem esteja a idolatrar “templos” em nosso meio. Há, na verdade, uma verdadeira competição pela construção de “megatemplos” entre muitos que cristãos se dizem ser, numa inversão de prioridades que preocupa e revela a presença de muitos da “sinagoga de Satanás” em nosso meio. É evidente que precisamos de templos para acomodar o povo de Deus, para que se possa adorar a Deus e centralizar as atividades da Igreja, mas daí a se dar prioridade a isto, há uma grande distância e se trata de um comportamento que não deve, em absoluto, estar presente no meio dos cristãos que não querem ser censurados pelo Senhor. Vigiemos, amados irmãos!

- Os “falsos judeus” buscam sempre “uma vida por regulamentos externos”. Uma das características dos religiosos é criar um sistema de regras de observância, à moda da lei de Moisés, esquecidos, porém, que a lei de Moisés servia apenas de “aio” até a vinda de Cristo (Gl.3:24,25) e que, a partir de agora, temos leis inscritas nas tábuas do nosso coração (II Co.3:2,3). E, pior, há aqueles que, em vez de quererem impor a lei de Moisés, criam outros regulamentos, verdadeiros mandamentos de homens, querendo, com isto, escravizar as pessoas (Mc.7:7; Tt.1:14). Quem assim age prega uma salvação pelas obras, esquecidos de que a salvação vem pela graça.

- Não falta, em nossos dias, quem esteja criando dezenas e dezenas de “mandamentos de homens” para “complementar” a sã doutrina. Recentemente, o pastor presidente da CGADB, José Wellington Bezerra da Costa, disse, em reunião de obreiros, que há muitos que estão seduzidos pelos “regimentos internos”, querendo criar normas e mais normas para observância do povo de Deus, como se a Bíblia fosse insuficiente. É a “sinagoga de Satanás” quem gosta de “legalismo”. Fujamos destas coisas, amados irmãos!

- Os “falsos judeus” buscam sempre uma “distância entre Deus e adoradores”. Uma das características das religiões humanas é a constituição de um “sacerdócio”, de uma “classe mediadora” entre Deus e os fiéis. Com a vinda de Cristo, Ele nos fez “reis e sacerdotes para Deus e Seu Pai” (Ap.1:6), não havendo mais mediador entre Deus e os homens senão Jesus Cristo homem (I Tm.2:5; Hb.12:24). Aqui, vemos que os “falsos judeus” dão as mãos para os “nicolaítas”, mencionados pelo Senhor Jesus na carta à igreja de Éfeso.

- Não falta, em nossos dias, quem esteja querendo criar, no meio da Igreja, uma distinção entre “clero” e “laicato”, como existem em algumas organizações religiosas. Já há quem defenda que o crente confesse seus pecados ao pastor em vez da igreja, como se o pastor fosse um “sacerdote”! Já existem os que acham que quem tem que ter compromisso com a igreja são os obreiros, podendo haver crentes descompromissados, “crentes não-praticantes”, que se limitariam a assistir aos cultos, e, mesmo assim, os cultos dominicais. Tomemos cuidado, amados irmãos, com tais conceitos dos integrantes da “sinagoga de Satanás”.

- Os “falsos judeus”, por fim, estão interessados na obtenção de bênçãos para esta Terra, seu alvo não é mais o céu nem a vida eterna, mas uma vida terrena regalada e abençoada. Esperam em Cristo somente para esta vida, sendo, por isso mesmo, os mais miseráveis de todos os homens (I Co.15:19). Exaustivamente, vimos, no trimestre anterior, como a teologia da prosperidade tem sido este verdadeiro arauto da “sinagoga de Satanás”. Tomemos cuidado, amados irmãos!

III – AS PALAVRAS DO SENHOR JESUS PARA A IGREJA DE ESMIRNA

- Após ter indicado as características da igreja de Esmirna, o Senhor Jesus passa a proferir algumas palavras para ela, predizendo o que iria acontecer, a fim de manter a firmeza demonstrada por aqueles crentes, em especial pelo pastor do rebanho do Senhor ali.

- Por primeiro, diz o Senhor Jesus que a tribulação prosseguiria, mas que não deveria haver temor por parte daqueles crentes. Diante de tantas qualidades, não seria de se esperar que o Senhor lhes prometesse o fim de tudo aquilo, uma época de bonança e de triunfo? Não, não e não! Aquela igreja sabia que, no mundo, somente teremos aflições, mas seu alvo não era este mundo, eles não tinham se deixado iludir pela “sinagoga de Satanás” e, por isso, não ambicionavam coisas desta vida, mas única e exclusivamente “as coisas de cima” (Cl.3:1-4).

- Por isso, o Senhor Jesus pôde lhes falar abertamente que a tribulação prosseguiria e até se intensificaria. Eles não precisavam temer o que estavam para sofrer. O Senhor permitiria que o diabo lançasse alguns deles na prisão para que fossem tentados (Ap.2:10).

- Mas por que Jesus permitiria uma coisa dessas? Seria Ele um sádico, alguém que gosta de ver crentes sofrer? Não, não e não! O Senhor Jesus permitiria a prisão e morte de alguns crentes única e exclusivamente pelo amor que tinha em relação à humanidade. A igreja de Esmirna padeceria para que muitas almas mais fossem salvas, pois, como já tivemos ocasião de dizer em lição anterior, o “sangue dos mártires é semente de novos cristãos”. A fidelidade de Esmirna era tanta que o Senhor queria fazer com que a morte, que os esmirnitas não temiam, fosse mais um fator para salvação das almas, premiando, ainda mais, o esforçado evangelismo daqueles crentes.

- Nesta afirmação, ainda, o Senhor Jesus mostra à Sua Igreja a real origem de todo e qualquer movimento de perseguição à Igreja: o diabo. Toda e qualquer perseguição, evidente ou indireta, tem sua origem no inimigo de nossas almas. Não devemos, pois, nos iludir quanto aos compromissos de todo segmento, movimento ou liderança que tem, por finalidade, perseguir a Igreja do Senhor.

- A perseguição serve para o crente como uma “provação”, sendo este o sentido da expressão “tentados” que se encontra em Ap.3:10, traduzido na Bíblia de Jerusalém por “serdes postos à prova”. A “provação” tem por finalidade fazer com que os servos de Cristo sejam “aprovados”, ou seja, fazer com que a fé de cada um se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo (I Pe.1:7), i.e., que a nossa fé seja aperfeiçoada a fim de que alcancemos, na nossa glorificação, o devido estágio reservado para nós. Trata-se, pois, de um bem, não de um mal para cada um de nós. Entendamos isso e nos consolemos com estas palavras. A conversão de almas que sempre segue à perseguição mostra, claramente, como a perseguição nos traz a aprovação em Cristo, a ponto de haver a máxima frutificação pelo nosso serviço ao Senhor.

- O Senhor também informou à igreja de Esmirna que ela sofreria “uma tribulação de dez dias”,expressão que alguns estudiosos das Escrituras interpretam como sendo “uma tribulação de curta duração”. Em se pensando assim, o que se tem aqui é a afirmação do Senhor de que toda tribulação é passageira, pois está sujeita ao tempo e a dimensão da vida terrena, enquanto que o gozo que nos está reservado é eterno. A dimensão da eternidade, a que o Senhor já aludira na Sua identificação no início da carta, é mais uma vez realçada aqui. Por mais longa que possa parecer a perseguição, a vida de aflições, tudo é “de curta duração” quando comparamos com a glória que há de ser revelada para nós, com a dimensão da eternidade. Como diz o poeta sacro traduzido/adaptado por Paulo Leivas Macalão: “Nada aqui é permanente, tudo tem que terminar, mas olhamos para a frente, para o nosso eterno lar” (segunda estrofe do hino 215 da Harpa Cristã).

- Outros estudiosos entendem que a “tribulação de dez dias” mencionada pelo Senhor Jesus diz respeito, também, às dez grandes perseguições que a Igreja sofreu durante o Império Romano. Com efeito, desde o momento em que o governo romano passou a perseguir a Igreja, tivemos, até a promulgação do “Édito da Tolerância” de 312, em Milão, pelo imperador romano Constantino, documento que põe fim às perseguições romanas contra os cristãos, dez grandes perseguições, a saber: Nero (64-68), Domiciano (68-96), Trajano (04-117), Marco Aurélio (161-180), Severo (200-211), Máximo (235-237), Décio (250-253), Valeriano (257-360), Aureliano (270-275) e Diocleciano (303-312).

- Estas grandes perseguições não retiram outras perseguições sofridas pelos cristãos durante o Império Romano, perseguições menores, localizadas e efetuadas por autoridades menores do Império. Estas dez, porém, foram caracterizadas por terem sido decididas pelos próprios imperadores e, embora nem todas tenham tido abrangência em todo o Império, foram generalizadas. A pior das perseguições, aliás, foi, exatamente, a última, empreendida por Diocleciano, que abrangeu todo o Império.

- Por isso, aliás, dentro da perspectiva futurista de que cada igreja da Ásia corresponde a um período da história da Igreja sobre a face da Terra, há a identificação da igreja de Esmirna com o período das grandes perseguições romanas, ou seja, com o chamado “período do martírio” que se iniciaria por volta de 159, com o martírio de Policarpo de Esmirna e de diversos crentes daquela igreja e iria até 312, quando termina a perseguição romana contra os cristãos.

- Este período teria sido um período em que, para enfrentamento da perda do primeiro amor que teria caracterizado o período anterior, chamado pós-apostólico, que teria durado entre 100 e 159, o Senhor teria permitido a perseguição cruenta dos romanos como forma de impedir o desvio espiritual da Igreja e possibilitando que a falta de empenho evangelístico se compensasse com o aumento de conversões por intermédio do martírio. É também desta época o surgimento da “sinagoga de Satanás”, ou seja, daqueles que procuravam, ainda sem êxito, levar para o Cristianismo conceitos religiosos mundanos.

OBS: Entre os episódios que denunciam a presença da “sinagoga de Satanás”, uma característica desta época estariam a questão surgida com os “donatistas”, seguidores de Donato (?-355), bispo da Numídia e, depois, de Cartago, que não admitia o retorno à Igreja dos que negavam a Cristo nas perseguições, nem aceitava a validade dos sacramentos ministrados por tais “traidores”, como também os próprios “gnósticos”, cujas ideias levavam ao reconhecimento de um “sacerdócio” entre os cristãos.

- Na perspectiva de que cada igreja da Ásia representa um tipo de crente, temos aqui a figura da “igreja perseguida”, uma igreja cada vez mais numerosa em nosso planeta, nestes dias difíceis que antecedem a volta do Senhor, cujos sinais estão praticamente todos cumpridos, inclusive o da intensificação da perseguição (Mt.24:9; Lc.21:12). Hoje, em cada três crentes, um não tem liberdade para adorar ao Senhor no mundo.

- A “igreja perseguida” deve ser constantemente lembrada em nossas orações e temos de nos esforçar para ajudar os nossos irmãos que não têm o privilégio que ainda temos, no Brasil, de adorar a Deus sem restrições, ainda que o Brasil já tenha passado a figurar entre os países que também perseguem o Evangelho de Jesus Cristo. Participemos dos esforços de organizações como a “Missão Portas Abertas” (http://www.portasabertas.org.br), que têm ajudado os cristãos perseguidos e nos empenhemos para que esta igreja, tão querida pelo Senhor Jesus, tenha o nosso apoio. Dentre as iniciativas interessantes para tanto, temos o “Domingo da Igreja Perseguida”, que é o primeiro domingo após o Domingo de Pentecostes, quando toda a igreja pode ser mobilizada em prol da “igreja perseguida”. Em 2012, o “Domingo da Igreja Perseguida” será no dia 3 de junho e maiores informações poderão ser obtidas no site http://www.domingodaigrejaperseguida.org.br.

IV – A PROMESSA DE VITÓRIA FEITA À IGREJA DE ESMIRNA

- O Senhor Jesus, após ter predito aos crentes de Esmirna o sofrimento que estava por vir, foi enfático ao ordenar aos Seus servos: “Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap.2:10 “in fine”).

- Apesar do sofrimento que era predito, o Senhor Jesus ordenou à igreja de Esmirna que mantivesse a sua fidelidade: “sê fiel até a morte”. A salvação é um processo que somente termina com a nossa passagem para a eternidade, seja pela morte física, seja pelo arrebatamento da Igreja, se estivermos vivos naquela ocasião (I Co.15:51,52; I Ts.4:17). A salvação depende de nossa perseverança até o fim (Mt.24:13).

- Quando fazemos a nossa profissão de fé, por ocasião do batismo nas águas, somos levados a assumir o compromisso de sermos fiéis ao Senhor até a morte. Temos cumprido tal compromisso, amados irmãos? O Senhor Jesus exige de cada um de nós a fidelidade até a morte, aconteça o que acontecer, haja a tribulação e o sofrimento que houver.

- Àqueles que forem fiéis até a morte, o Senhor Jesus promete dar “a coroa da vida”. O pastor José Serafim de Oliveira entende que “a coroa da vida” é “a verdadeira vida eterna. Não apenas a vida biológica, animal, mas a vida espiritual, a verdadeira vida que não envelhece, que não se deteriora: VIDA DE DEUS.…” (op.cit., p;.17).

- O martírio é, sem dúvida, uma demonstração eloquente da fé em Cristo Jesus, uma ação que leva a fidelidade ao limite máximo. Entendem, pois, alguns que “a coroa da vida” se apresenta como um galardão, um prêmio reservado a estes que, imitando o Senhor Jesus, deram suas vidas para fazer a vontade de Deus. Trata-se de um privilégio que se concede a alguns crentes de serem ainda mais semelhantes ao Senhor Jesus em sua peregrinação terrena.

- Esta deferência especial aos mártires encontra respaldo no relato bíblico do primeiro martírio, o de Estêvão, quando nos é indicado que, para receber o Seu servo nos céus, o Senhor Jesus ficou de pé, em nítido sinal de reconhecimento do gesto praticado por aquele eloquente diácono (At.7:55,56).

OBS: Advém daí a crença de que os mártires ingressam diretamente na glória e que poderiam, assim, interceder pelos crentes junto ao Senhor, motivo por que, entre os católicos romanos, ortodoxos e anglicanos, havendo prova de que alguém foi mártir, isto é suficiente para a sua canonização ou beatificação. À evidência, porém, sabemos que não podem os mortos interceder pelos vivos.

- Por fim, após a advertência de que os que têm ouvidos ouçam o que o Espírito Santo diz às igrejas (Ap.2:11), expressão que, conforme já vimos na lição anterior, significa que o que o Senhor Jesus disse à igreja de Esmirna se aplica a todos os crentes, de todas as igrejas locais, de todas as épocas, o Senhor faz a promessa de vitória desta carta, a saber: “Ao que vencer não receberá o dano da segunda morte”.

- Aqui, em perfeita consonância com a Sua identificação no início da carta, o Senhor lembra os crentes de Esmirna que, embora eles tivessem de morrer fisicamente por causa do Evangelho, eles estavam livres da “segunda morte”, que é a morte espiritual, a morte que sobrevirá a todos quantos não receberem a Cristo Jesus como Senhor e Salvador e que, por isso, serão condenados no juízo do trono branco, que ocorrerá após o fim da história da humanidade (Ap.20:14).

- O Senhor Jesus lembra aos esmirnitas que a morte física decorrente da perseguição e da manutenção da fidelidade nada representa para o crente. A morte física, por primeiro, não afeta a vida eterna recebida quando da salvação, pois o crente, na verdade, não morre, porque morte significa separação e nem a morte nos pode separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus (Rm.8:38,39).

- Por segundo, a morte física, para o crente, é algo passageiro, pois, quem morrer em Cristo há de ressuscitar no dia do arrebatamento da Igreja (I Ts.4:13-16). Assim como a tribulação e o sofrimento, a morte física, para os crentes fiéis, é algo passageiro, que findará no dia em que o Senhor vier buscar a Sua Igreja.

- Por terceiro, a verdadeira morte, a morte espiritual, ou seja, a separação eterna de Deus é algo completamente desconhecido e retirado da vida do crente fiel. O Senhor Jesus diz que o crente fiel não receberá o dano da segunda morte, não estará sequer no juízo do trono branco, onde tal morte será sentenciada aos impenitentes. O crente fiel participará da primeira ressurreição, terá ressurgido e sido glorificado no dia do arrebatamento da Igreja e, por isso, não tem a menor possibilidade de sofrer sequer o perigo de ser eternamente separado do Senhor (Ap.20:6).

- Por isso, mesmo diante da perspectiva do martírio, vale a pena servir a Jesus, porque a morte física decorrente da fé em Cristo Jesus, além de não significar qualquer separação de Deus, é passageira e representa a certeza de que se está livre da morte que realmente importa, ou seja, a morte espiritual.

- Foi por isso, aliás, que o Senhor Jesus disse, certa feita, que devemos temer quem pode matar a alma e não quem pode matar o corpo (Mt.10:28). O diabo, quando muito, pode matar o corpo, mas jamais poderá matar a alma. Quem o faz é o dono da vida, ou seja, Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Por isso, temamos a Cristo, temamos a Deus, ainda que isto custe as nossas vidas físicas.

OBS: “…O diabo pode prender os corpos dos servos de Deus, mas não suas almas nem seus espíritos, que podem deixar os seus corpos encarcerados e votar às regiões celestiais sentindo o doce clima da gloriosa presença do Senhor.…” (OLIVEIRA, José Serafim de. op.cit., p.17).

- Somente quem tem a visão da eternidade, somente quem está em comunhão com o Senhor Jesus e já morreu para as coisas desta vida pode desfrutar desta convicção e desta certeza. É esta a sua situação, amado irmão? Sejamos, pois, fiéis até a morte e esperemos o dia em que trocaremos as nossas cruzes, os nossos sofrimentos pela coroa que o Senhor nos reserva nos céus. Amém!


terça-feira, 17 de abril de 2012

poder de fogo

QUEM DUVIDA QUE FAÇA O TESTE!!!!!
REFLITA!!!!!
Toda QUINTA FEIRA de cada semana, estaremos colocando neste blog alguns recursos para a lição a ser ensinada no Domingo.Após a leitura das lições exibidas neste blog, não deixe de registrar seu comentário no final deste blog........sua participação será importante para melhorarmos os recursos para cada lição bíblica, façam perguntas, tirem suas dúvidas. Divulguem esta ferramenta com outros irmãos, sigam o blog, deem sugestões.....PARTICIPEM!!!!!!!

segunda-feira, 16 de abril de 2012




LIÇÃO 3 – ÉFESO, A IGREJA DO AMOR ESQUECIDO

A carta à igreja de Éfeso mostra-nos que o amor é a qualidade principal da Igreja.

1º SLIDE INTRODUÇÃO

- Iniciamos o estudo das sete cartas que o Senhor Jesus mandou escrever às igrejas na Ásia Menor.

- A primeira igreja, a igreja de Éfeso, a maior das cidades da região, é um sinal eloquente de que o amor é a principal característica que deve existir entre os salvos por Cristo Jesus.



2º SLIDE I – A ESTRUTURA DAS CARTAS ÀS IGREJAS NA ÁSIA

- As “sete igrejas” representam a “totalidade” da Igreja, ou seja, um quadro completo dos tipos de igrejas locais que existem, a multiformidade existente no meio do povo de Deus nesta dispensação da graça.

- Cada igreja representa um tipo não só de igreja local, mas um tipo de crente em Cristo Jesus (I Co.6:19).

3º SLIDE

- Há, porém, também, uma interessante interpretação que busca enxergar em cada igreja da Ásia um período da história da Igreja.

- Segundo esta visão, pois, cada igreja da Ásia, com suas características, são tipos, figuras de cada um dos períodos da história da Igreja, observando-se que, sendo sete as cartas, o último período é caracterizado pela presença de duas igrejas simultâneas (Filadélfia e Laodiceia).

4º SLIDE

- Todas as cartas apresentam a mesma estrutura, a saber (I): a) são endereçadas ao “anjo da igreja”, ou seja, ao pastor;.b) são endereçadas a um determinado local; c) têm uma descrição específica do remetente (Jesus);

5º SLIDE

- Todas as cartas apresentam a mesma estrutura, a saber (II): d) contêm um exame imparcial do Senhor Jesus (qualidades e defeitos); e) apresentam uma mensagem do Senhor Jesus com vistas à salvação da igreja; f) contêm a advertência para que as igrejas ouçam o que o Espírito Santo diz; g) terminam com uma promessa do Senhor Jesus aos vencedores.

6º SLIDE II – O CENÁRIO DA CARTA À IGREJA DE ÉFESO

- Éfeso, cujo nome significa “desejado” ou “desejável” - a capital da província romana da Ásia.

- Nela se encontrava o templo da deusa Diana – local de idolatria e feitiçaria.

7º SLIDE

- A obra do Senhor iniciou-se em Éfeso pela pregação do apóstolo Paulo (At.18:19-21; 19:1; 20:31).Paulo nutria grande carinho por essa igreja, pois:

a) fez questão de marcar um encontro de despedida com os anciãos de Éfeso, realizado em Mileto (At.20:17-38);

b) escreveu da prisão uma carta àquela igreja, onde fala da Igreja;

c) designou seus pastores: Timóteo (I Tm.1:3) e Tíquico (Ef.6:2; II Tm.4:12).

8º SLIDE

- Entende-se que o apóstolo João, após a destruição de Jerusalém em 70, tenha se estabelecido em Éfeso, que seria a igreja mencionada em suas cartas (II e III João).

- Não se tem a identidade do “anjo da igreja” a quem se dirigiu esta carta do Senhor Jesus, não se sabendo se, ainda àquela época, Tíquico ainda estava na liderança daquela igreja.

9º SLIDE

- Para Éfeso, o Senhor Jesus Se identifica como sendo “Aquele que tem na Sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete castiçais de ouro” (Ap.2:1).

- Esta identificação do Senhor Jesus mostra que a igreja de Éfeso, a começar de seu pastor, não poderia se esquecer de que tudo é sustentado e mantido pelo Senhor Jesus na vida eclesiástica.

10º SLIDE III – O EXAME DAS QUALIDADES DA IGREJA DE ÉFESO PELO SENHOR JESUS

- Virtudes dos efésios (Ap.2:2,3,6)

a) trabalho; b) perseverança; c) intolerância com os maus; d) “teste da Palavra” desmascarador dos falsos apóstolos

e) aborrecimento das obras dos nicolaítas

11º SLIDE IV – O EXAME DO DEFEITO DA IGREJA DE ÉFESO PELO SENHOR JESUS

- Defeito dos efésios: ter deixado o primeiro amor (Ap.2:4)

- A igreja de Éfeso deixou de ser atraída pelo Senhor Jesus, de querer buscá-l´O e invocá-l’O. Estava no “piloto automático”. Havia deixado “o primeiro amor carinhoso em seu vigor e ardor” (John Wesley).

12º SLIDE

- A igreja em Éfeso começou sob o impacto do “primeiro amor”, este amor resultado da atração a Cristo, esta “fascinação com a salvação”. Por isso, os crentes efésios(I):

a) tiveram interesse em saber quem era o Espírito Santo e, por isso, foram batizados nas águase no Espírito Santo como também receberam dons espirituais (At.19:1-7).

b) acompanharam Paulo para a escola de Tirano depois que os judeus da sinagoga endureceram seus corações, rejeitando o Evangelho (At.19:8,9).

c) não cessavam de cultuar a Deus, fazendo-o por ininterruptos dois anos (At.19:10).

13º SLIDE

- A igreja em Éfeso começou sob o impacto do “primeiro amor”, este amor resultado da atração a Cristo, esta “fascinação com a salvação”. Por isso, os crentes efésios(II): d) tinham interesse em que as pessoas fossem alcançadas pelo poder de Deus, tendo bom testemunho para tanto (At.19:11-17); e) havia confissão e abandono dos pecados, inclusive do envolvimento com a feitiçaria e o paganismo em geral (At.19:18,19); f) havia prevalência da Palavra de Deus (At.19:20).

14º SLIDE

- Quando deixamos de sentir o primeiro amor inevitavelmente seremos atraídos pelas coisas do mundo e, quando passamos a amar o mundo, perdemos o amor de Deus (I Jo.2:15).

- “Quando uma pedra começa a cair, ela cai com uma velocidade crescente; quando uma alma começa a perder seu primeiro amor, ela o deixa mais e mais, mais e mais, até que, por fim, ela cai terrivelmente” (Charles Spurgeon).

15º SLIDE V – A RECEITA DE JESUS PARA A IGREJA DE ÉFESO

- O caminho preconizado pelo Senhor Jesus era o do arrependimento, o da mudança de mentalidade.

- O pastor de Éfeso deveria verificar onde havia caído e, a partir de então, deveria voltar a praticar as primeiras obras.

16º SLIDE

- A igreja de Éfeso representa a igreja pós-apostólica.

- Era operosa mas tinha perdido o ardor dos apóstolos e teria se perdido não fosse a Providência Divina com as perseguições romanas.

17º SLIDE VI – A PROMESSA DE VITÓRIA FEITA A IGREJA DE ÉFESO

- Jesus faz uma promessa aos vencedores, aos que retornassem ao primeiro. “Ao que vender, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus” (Ap.2:7).

- A salvação é a retomada da comunhão que se tinha entre Deus e o homem antes do pecado, quando o acesso à árvore da vida era pleno (Gn.2:9; 3:22-24).

18º SLIDE

- A salvação levar-nos-á para novos céus e nova terra, onde habita a justiça (II Pe.3:13).

- Somente quem voltar ao primeiro amor, somente quem se sentir atraído por Cristo Jesus e por estes novos céus e terra poderá alcançar esta recompensa, poderá vencer o mal.